São João XXIII e o Martinismo (IV)
- Em nossa ordem, como sabes, conhecemo-nos pelo nome que escolhemos. É o sinal da nossa liberdade, o programa do trabalho solitário, o fechamento do novo anel da corrente. Qual será seu nome?
O profano não hesitou, erguendo a cabeça.
- Johannes...
- Johannes! - repetiu o velho.
E deu início ao complexo e particular ritual da cerimônia de iniciação.
Ao terminar, colocou sua espada sobre a cabeça do neófito. E nesse momento, enquanto alguma coisa foi crescendo cada vez mais, algo de novo e de inapreensível em Johannes explode dentro dele. Sentiu-se aturdido, confuso. Ao máximo da serenidade, da felicidade.
- O que está sentindo, irmão Johannes - disse o mestre - outros o sentiram antes de ti, os mestres passados, os outros irmãos que percorreram o mundo. Chama-se luz, mas não tem nome.
O mestre auxiliou o discípulo a se levantar, beijou-o sete vezes, trocando com ele a saudação fraterna. Em seguida, ensinou-lhe as palavras secretas, os sinais de reconhecimento, os toques, os rituais do trabalho em grupo. Verbalmente, segundo a tradição oral.
Ensinou-lhe, em seguida, o trabalho diário que deve ser cumprido em segredo, em três exatos momentos da jornada, correspondentes aos três pontos de operação do Sol. Uma frase em grego a repetir, sinais a executar.
- Nos mesmos três momentos - explicou-lhe - em cada parte do mundo, os nossos irmãos executam os mesmos gestos, repetem esta mesma frase. É grande a sua força, vem de longe, vai distante. E age, dia a dia, sobre a humanidade.
As Profecias do Papa João XXIII, de Pier Carpi.
